Alagoinhas é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua área é de 718,089 quilômetros quadrados e sua população em 2017 era de 150 832 habitantes, tendo portanto uma densidade demográfica de 210,05 habitantes por quilômetro quadrado. Limita-se ao norte com o município de Inhambupe, ao sul com o município de Catu, a leste com o município de Araças, a oeste com o município de Aramari, a nordeste com o município de Entre Rios e a sudoeste com o município de Teodoro Sampaio.

Seu nome se deve aos rios Sauípe, Catu, Subaúma e Quiricó, às lagoas e córregos existentes na região. E assim sua água é considerada de excelente qualidade e pode ser considerada a segunda melhor do mundo, sendo uma de suas maiores riquezas, e que faz parte do aquífero que vai desde Dias d’Ávila a Tucano.

Segundo dados do IBGE de 2002 e do DERBA de 2004, o grau de urbanização de Alagoinhas é de 86,43%.


História

Seu povoamento foi iniciado no final do século XVIII, quando um padre português fundou uma capela no seu território e daí começou a próspera vila em função da chegada de imigrantes e da passagem da estrada de boiadas, acesso para o norte e para o sertão, motivo do título dado por Ruy Barbosa de “Pórtico de Ouro do Sertão Baiano”.

Enquanto vila, Alagoinhas recebeu vários nomes, os quais foram Freguesia da Água Fria, Freguesia de Santo Antônio das Lagoinhas e posteriormente Villa de Santo Antônio d’Alagoinhas. Este último nome, foi o último como vila, que depois foi desmembrada da Vila de Inhambupe, para ser emancipada como Município de Alagoinhas.

Em volta da igreja de Santo Antônio várias casas foram construídas, desse modo o povoado foi elevado a vila, através da Resolução Provincial 442 de 16 de junho de 1852. Mais tarde, do mesmo modo, causado pelo desenvolvimento da vila, que era gerado e norteado pela estação ferroviária, a qual era o centro de atividades econômicas, devido ao grande fluxo de pessoas e mercadorias, foi elevado a município de Santo Antônio de Alagoinhas, sendo desmembrado do município de Inhambupe.

Em 18 de novembro de 1880 foi construído um dos maiores símbolos de Alagoinhas, a Segunda Estação de São Francisco. Erguida em estilo inglês, com a estação de passageiros em estilo francês, possui todo o material importado da Inglaterra, e é a única réplica do mundo de outra estação em Liverpool, Inglaterra. Até hoje, todos os tijolos utilizados na sua construção possuem os nomes dos fabricantes ingleses e franceses.

Em 1897 Alagoinhas teve um papel fundamental durante a Guerra de Canudos, onde a cidade acolheu as Tropas Federal e Estadual, que utilizavam a cidade como rota para o destino final. A cidade ainda prestou assistência e mantimentos aos soldados feridos que a utilizavam como ponto médico.

Segundo o IBGE, o distrito de Alagoinhas foi criado no dia 15 de outubro de 1816, pertencendo a Inhambupe até 16 de junho de 1852, quando se tornou um município. A emancipação política de Alagoinhas foi oficializada no dia 2 de julho de 1853, com a posse da primeira Câmara Municipal e do presidente do Conselho, o coronel José Joaquim Leal.

A década de 20 foi um momento de revolução arquitetônica e tecnológica na cidade, com a inauguração da Santa Casa de Misericórdia, do Serviço de Transportes Coletivos, do Coreto Municipal, e da Capela “da Praça Kennedy”, além da chegada da “Energia Elétrica” em 1924 com o auxílio e o trabalho dos irmãos Robatto.

Em 11 de novembro de 1931, por meio de um plebiscito popular, Alagoinhas passou a se chamar “Cidade Joaquim Távola”, em homenagem ao irmão do tenente Juarez Távola, que comandou a revolução que acabou com Getúlio Vargas no poder.

Alagoinhas também contribuiu durante a Segunda Guerra Mundial, onde diversos jovens se ofereceram para viajarem na frente brasileira de batalha na Itália e se juntaram aos outros “pracinhas”. Após a vitória aliada e o retorno de vários deles à cidade, o Totem dos Pracinhas foi erguido em 1972 em homenagem aos pracinhas Dionísio Chagas e Evilásio Assis, mortos em combate.

A década de 50 também foi importante no rápido desenvolvimento da cidade, pois houve a instalação de um complexo sistema de rede de esgotos na parte central do município, beneficiando famílias e trabalhadores. Além disso diversos centros culturais (como a biblioteca central) e de lazer foram instalados na cidade. Vários centros públicos obtiveram reformas que acabaram ampliando a beleza arquitetônica da cidade.

Ainda durante esta década, foi construída a Catedral de São Francisco, com estilo italiano único na região, investe na altura e na diversidade de torres. É uma réplica da Catedral de São Francisco de Ascoli Piceno, na Itália.

Em 1964 foi descoberto um poço de petróleo no município, o MG-1-BA. Três anos depois já havia 30 poços, motivo que fez com que a Petrobras se instalasse no município, gerando seu desenvolvimento e aumentando os investimentos, mas também crescimento desordenado, deixando várias pessoas sem saneamento básico e acesso aos serviços de saúde.

Com o desenvolvimento ferroviário e a descoberta de poços de petróleo, Alagoinhas cresceu bastante economicamente, tornando-se pólo de sua região. Se voltou aos serviços, portanto seu desenvolvimento se deu, principalmente, no comércio, polarizando mais de 30 municípios vizinhos.

Em 10 de junho de 2010, o então prefeito Paulo Cezar assinou juntamente com o então presidente Luís Inácio Lula da Silva a adesão e o reconhecimento de Alagoinhas como sendo uma cidade Patrimônio Histórico do Brasil, devido aos seus inúmeros casarões e igrejas que remontam à séculos passados ainda em estado de conservação assegurado.

Alguns alagoinhenses se destacaram bastante no campo da literatura e educação, como Maria Feijó (1918), José Olívio Paranhos Lima (1955), o poeta e dramaturgo Lázaro Zacaríades, o poeta, professor e pesquisador acadêmico Ednaldo Soares, publicado no Brasil e na Itália, e o escritor e mestre em Linguística Adson Vasconcelos (1965), autor de diversos livros didáticos, pedagógicos e literários.