Quando financiar é uma boa alternativa para seu negócio? Veja 5 orientações
Apelar para financiamentos externos é a saída encontrada por muitos empreendedores para enfrentar período de turbulência e até mesmo ampliar o negócio. No entanto, antes mesmo de considerar essa alternativa, é preciso avaliar bem se o pagamento dessa dívida não compromete setores estratégicos e se o pagamento da dívida não impactará o fluxo de caixa no futuro, levando a empresa a um ciclo vicioso.
O presidente do Conselho Regional de Contabilidade da Bahia (CRCBA) André Luís Barbosa dos Santos reforça que existem inúmeras modalidades de financiamento no mercado, desde os fundos de investimentos; investidor anjo; investimento coletivo; BNDES; sócio investidor; subvenções; entre outros. “A escolha deve levar em consideração o menor risco, juros calculados e retornos previstos com o investimento, o momento de solicitar pode ter esse alinhamento para maior segurança”, esclarece.
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André Luís orienta que a escolha pelo melhor financiamento seja feita com base nos menores riscos e melhores condições para o empresário (Foto: Leandro Nunes) |
A analista do Sebrae Liliane Rocha enfatiza que o financiamento deve ser considerado uma opção apenas quando se esgotam todas as possibilidades de ajustes financeiros internos, como, por exemplo, a redução de custos e reavaliação de preços e estoque, portabilidade de dívidas, se essas existirem ou mesmo a negociação direta.
“Importante que o empresário avalie que tipo de financiamento o seu negócio necessita, se é de capital de giro para o pagamento de ações mais emergenciais como compra de insumos, pagamento de folha ou se é de investimento para compra de maquinários e equipamentos com o foco de alavancar o negócio”, ensina.
Uso certo
“Para escolher a melhor opção, inicialmente, o empreendedor deve ter um planejamento bem feito do objetivo e da destinação dos recursos que serão levantados através deste financiamento. Feito isso, é importante fazer uma ampla pesquisa sobre as opções disponíveis no mercado e quais se encaixam melhor com os objetivos traçados”, esclarece Sapio.
Liliane lembra que após definir o tipo de linha de crédito que necessita, é importante avaliar aquela que mais se adequa à sua necessidade, considerando taxas, prazos, garantias exigidas e, o mais importante, o valor disponibilizado para financiamento. “Não adianta ter uma dívida recorrente e só conseguir cobrir metade dela. É importante lembrar que as parcelas do financiamento adquirido passarão a fazer parte do seu fluxo de caixa no longo prazo”, ensina.
Condições adequadas
Para Paulo Humberto, além dos bancos, existem muitas fintechs especializadas em crédito e financiamento para empresas, como é o caso do Adiante Recebíveis, que transfere o crédito para a conta da empresa 24 horas por dia, todos os dias da semana. “O Adiante, por exemplo, é uma fintech especializada em antecipação de recebíveis para PMEs, nessa modalidade de crédito o empreendedor antecipa suas vendas a prazo e recebe sempre à vista. Isso permite com que a empresa tenha um fluxo de caixa saudável e esteja capitalizada tanto para investimentos no negócio, como para uma melhor negociação com os seus fornecedores”, explica.
Liliane reforça que é importante avaliar também as cooperativas Empresas Simples de Crédito (ESCs) que atendem a região. “Atualmente, existem algumas Fintechs, que se configuram como bancos digitais e disponibilizam crédito para micro e pequenas empresas. A solicitação acontece de forma online, segura e simplificada. Algumas informações de como acessar estas Fintechs podem ser encontradas no site www.sebrae.com.br/fintechs”, orienta.
Ela destaca ainda que deve-se ter em mente que o dinheiro não é sempre a única solução. “O planejamento também é imprescindível para saber exatamente quanto de crédito será suficiente para estancar determinada situação. O valor pleiteado deve refletir a necessidade real do negócio, não pode ser menos nem mais, haja vista que terá parcelas e uma dívida a ser quitada nos próximos anos”, ensina.
Para o representante da CRCBA, para escolher a melhor opção, é necessário buscar simulações com os diversos financiadores a fim de adequar a capacidade de pagamento e tempo estabelecido para quitação. “O financiador poderá gratuitamente fazer isso, de posse da documentação, poderá escolher o financiamento mais vantajoso adequado ao seu perfil”, finaliza.
Cuidados estratégicos
1ª – Cálculo dos custos iniciais
Não importa o tipo de negócio, o empreendedor sempre deverá contar com gastos adicionais na hora de iniciar a operação e, muitas vezes, esse valor não é previsto. É o caso de despesas como material de escritório; licenças, certidões de funcionamento e alvarás; instalação e manutenção de equipamentos como computadores e impressoras; planos de telefonia, internet, tv; entre vários outros.
2ª – Preparo de documentação legal
A entrega de um grande número de documentos pode ser um desafio para o empreendedor de primeira viagem. É comum que sejam exigidos muitos papéis para aprovação de um empréstimo, especialmente aqueles que demonstram projeções (ou histórico, no caso de empresas já estabelecidas) de faturamento, lucros, fluxo de caixa, plano de investimentos e outros dados financeiros. Para não sofrer com a burocracia, o ideal é ter um plano de negócios bem estruturado, no qual seja possível visualizar todas as métricas de boa gestão corporativa.
3ª – Lista de indicadores da saúde financeira da companhia
É importante conferir requisitos como o score de crédito corporativo e também a pontuação de credibilidade financeira individual do empreendedor. Empresas que já tem histórico de vendas poderão usar esses números a seu favor. No caso de novos CNPJs, a pontuação avaliada será a dos sócios. Outros indicadores de bons números também contribuem para a liberação do dinheiro, como saldo positivo em balanço por um longo período. É recomendável apurar ainda a exigência de receita mínima para aprovação do financiamento.
4ª – Oferta de boas opções de garantia
Esse pode ser um dos maiores empecilhos para quem busca capital no mercado. É comum a exigência de itens como escritura de bens imóveis, demonstrativo de renda de fundos de investimento ou poupança de sócios e também contrato com fiadores e avalistas. Antes de oferecer alguma dessas opções, o empreendedor deve fazer uma análise criteriosa das condições exigidas e das consequências de imobilizar esses ativos para obter o contrato
5ª – Escolha da opção correta de financiamento
Há diversas linhas de crédito empresarial no mercado, como os financiamentos junto aos grandes bancos tradicionais (em geral com juros mais elevados por conta da análise de risco) ou o aporte de capital de um sócio investidor (operação bem mais complexa, envolvendo fatores para além do financeiro). Entre essas, uma das melhores e mais práticas alternativas são as fintechs de crédito.
(Fonte: Jaime Taboada, cofundador e CEO da Divibank)