Por Rafaella Feliciano
A sustentabilidade também foi um dos temas em voga nesta quinta-feira (19), durante as discussões do primeiro dia da XVI Convenção de Contabilidade da Bahia. As contadoras Luciana Sardeiro, mestre em Gestão Ambiental ; Ticiane Lima dos Santos, conselheira do CFC e integrante da comissão de Sustentabilidade do Glenif;; e a doutora Sonia Gomes, conselheira do CFC, apresentaram as IFRS S1 e a IFRS S2 e debateram sobre as mudanças na contabilidade com a publicação das normas de sustentabilidade.
As normas foram emitidas em junho pelo International Sustainability Standards Board (ISSB), órgão normatizador independente da Fundação IFRS, que é a responsável por emitir as Normas Internacionais de Contabilidade O IFRS S1 contempla requisitos gerais para divulgações de informações financeiras sobre sustentabilidade e o IFRS S2 às publicações relacionadas a questões climáticas.
Segundo Ticiane Lima, a criação das IFRS de sustentabilidade é fruto da demanda crescente de investidores que buscam informações sobre a conduta responsável das empresas e suas estruturas relacionadas aos meios ambiente, social e de governança (ESG).
Ticiane explicou que, quanto mais cedo as empresas se disponibilizarem na divulgação de seus riscos, impactos e medidas atreladas à sustentabilidade, maiores serão as chances do Brasil no protagonismo do cumprimento de metas para o desenvolvimento sustentável e econômico da América Latina.
Além disso, segundo ela, as novas normas abrem caminhos e oportunidades aos profissionais da contabilidade aumentando, assim, o nicho de atuação dos contadores. “São portas que se abrem às novas tendências. Precisamos responder às demandas dos investidores, avaliando, por exemplo, os efeitos de riscos e oportunidades relacionados com o clima no valor empresarial da entidade, e, essa ação deve ser uma atividade do contador”, explicou,
Luciana Sardeiro, apresentou o contexto histórico no mundo sobre a contabilidade e a sustentabilidade, Ela explicou como são realizadas as tramitações para a criação das normas internacionais e quais foram os motivos que levaram a publicação das IFRS S1 e IFRS S2. “A demonstração contábil precisa se comunicar com o relatório de sustentabilidade. É preciso entender a sincronia entre os relatórios financeiros e divulgações de sustentabilidade, para que o investidor tenha à disposição e e de forma tempestiva todas as informações de que precisa para avaliar as empresas”.
Sonia Gomes também destacou que o Brasil já possui um Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS), criado em junho de 2022, que já está trabalhando no estudo, preparo e na emissão de documentos técnicos sobre padrões de divulgação sobre sustentabilidade para permitir a emissão das normas pelas entidades reguladoras brasileiras, levando sempre em consideração a adoção dos padrões internacionais editados pelo ISSB. No Brasil, a implementação das IFRS S1 e S2 ainda é voluntária e deverá ser exigida somente em 2026.
A programação técnica da Convenção de Contabilidade da Bahia segue até sábado (21). Acompanhe todas as informações em nossos canais de comunicação.
